O atual período é o mais crítico para as lavouras de soja gaúchas em relação às chuvas. Quase 90% da área cultivada com a oleaginosa está em floração e enchimento de grãos. Nessa época, as condições climáticas são determinantes para a cultura da soja no Rio Grande do Sul.
- Até o momento, registramos problemas e perdas pontuais em algumas localidades, o que não deve afetar a produção como um todo. Entretanto, se não tivermos chuvas nos próximos dias, a safra estará comprometida - afirma o engenheiro agrônomo da Emater/RS-Ascar, Alencar Paulo Rugeri.
Conforme informações divulgadas pela Emater/RS-Ascar nesta quinta-feira, a previsão meteorológica para o período de 14 a 20 de fevereiro indica chuva significativa em todo o Estado, principalmente nas regiões próximas a Santa Catarina, na Serra do Nordeste e na região de Torres.
As temperaturas devem diminuir consideravelmente até a segunda-feira, com mínimas entre 13°C e 19°C. No decorrer da semana, as temperaturas se elevam gradativamente e o ar fica bastante abafado. As máximas previstas ficam em torno 32° C e 35°C, nas regiões mais quentes do Rio Grande do Sul.
Algumas lavouras começam apresentar problemas com a falta de umidade, como queda de folhas e de vagens recém-formadas. Além disso, as altas temperaturas registradas em algumas regiões provocaram o abortamento floral em diversas lavouras.
- A ocorrência de chuvas de forma generalizada deve reestabelecer o potencial produtivo da soja - explica Rugeri.
As condições climáticas também prejudicaram as lavouras de milho que estão em floração e enchimento de grão. Estas áreas, por terem recebido pouca chuva, começam a apresentar sintomas de estresse hídrico, o que reduzirá a produtividade final da cultura.
Por outro lado, as áreas já colhidas apresentaram excelentes resultados, fato que poderá contrabalançar positivamente a média estadual. A perspectiva de boas chuvas na próxima semana traz alento aos produtores que possuem lavouras em fase de risco.